sábado, 12 de novembro de 2011

Terceirão CENTEC 2011



Meus amigos,
                Na verdade muito mais que amigos. Formamos uma família, que aprendemos a gostar e respeitar durante as horas diárias de convivência.
                Palavras não descrevem bem o que só o coração pode explicar. Estamos falando de sentimentos, cujos significados revelam o quanto precisamos dizer sobre as lembranças que guardamos como parte da nossa historia.
                Começamos pequenos, com o nosso copo de inteligência quase vazio, prontos para enchê-lo de sabedoria, como diria o nosso professor Tasso. Éramos apenas crianças que entravam em um mundo novo, onde todos eram mais velhos e pareciam muito distantes. Nem parece que tanto tempo se passou, mas agora estamos aqui, ocupando o lugar daqueles que eram aparentemente inatingíveis, dando continuidade a um ciclo de vitoriosas batalhas que nos proporcionaram diversos momentos juntos. E por quantos momentos passamos...
                Assim como acontece em qualquer relacionamento, vivemos momentos difíceis. Brigamos, nos desentendemos, levamos xingos, fomos tomados pela tensão antes das provas e avaliações. Mas nada foi por acaso. Cada conflito carrega consigo um imenso significado. Cair é tão necessário quanto levantar. As dificuldades que juntos enfrentamos são o que nos trouxeram até aqui.
                Muito mais do que logarítimos, silepses, estafilococos ou escolástica, aprendemos a ser humanos. Tornamo-nos pessoas maduras que sabem demonstrar a inteligência e a sabedoria com humildade e simplicidade. Aprendemos que a ética é um valor fundamental, mas justamente por sermos humanos cometemos erros. E ainda cometeremos muitos mais pelos caminhos que vamos percorrer, pois existem neles muitas pedras, armadilhas e encruzilhadas.
                Aliás, neste momento estamos em uma encruzilhada. Ao concluirmos o ensino médio são inúmeras as possibilidades de seguir em frente. Será uma caminhada longa, cheia de duvidas e escolhas. Não temos um manual e nem mesmo sabemos ao certo onde vamos chegar. O que nos resta é sonhar. Almejar um objetivo, por mais alto e distante que ele pareça estar. Esforçar-nos ao máximo para realizar tudo que planejamos, pois não há conquistas verdadeiras sem esforço.
                Por essa estrada também encontraremos desafios, que às vezes podem frustrar os nossos planos. Mas é através dos obstáculos que encontraremos razões pelas quais vale a pena continuar, como por exemplo, os amigos:  ah, esses sim valem a pena!
A escola foi um berço de amizades sinceras e fieis, que nos ampararam sem questionamentos ou interesses. Por mais complexas que sejam, são simplesmente amizades, e que prometem durar a vida toda. Também não podemos esquecer os namoros ou namoricos. Muitos começaram e terminaram sem que soubéssemos de sua existência ou fingíssemos não saber, afinal não se consegue esconder um olhar apaixonado por muito tempo. Alguns casais se formaram há um bom tempo e apesar dos ciúmes e dos desleixos ainda sobrevivem. Mesmo aqueles com quem não tivemos muita proximidade, nos foram importantes.
                Aprendemos a lidar com as diferenças, sejam elas de religiões, ideologia ou uma simples opinião. Conviver e aceitar a existência de ensinamentos diversos é uma tarefa complicada, e agradar a todos ao mesmo tempo é quase impossível. Ainda mais quando falamos de jovens. Temos animação e disposição de sobra, mas só as gastamos com o aquilo que nos interessa ou é extremamente necessário. Manter a ordem em uma sala de 40 jovens (mesmo que alguns não estejam completamente acordados) não é tarefa fácil. Para isso nossos professores tiveram que ser verdadeiros guerreiros. Admiramo-os muito. E desculpamo-nos por qualquer divergência, mas vocês têm que entender: estamos na fase.
                Fase, que segundo dizem, é a melhor de nossa vida. Mas o que faz essa época ser tão fantástica? A esperança ainda brilha em nossos olhos e sentimos um poder tamanho, capaz de arrastar montanhas e nos levar até o céu.
                Gastamos cada gota de energia sem nos preocuparmos com o depois. O que com ela fazemos? Além de estudar, é claro, festejamos. Qualquer motivo é desculpa para juntar a galera e comemorar. Não importa se o churrasco vai ser na porta da escola ou num sítio bacana, estarmos junto basta! A magia está em aproveitarmos cada instante para fazermos daquele o melhor, e não porque vai acabar um dia, pois a vida há de continuar e é certo que ainda nos encontraremos.
                Mas foi bem doloroso perceber que teria um fim. Pior ainda foi quando nos demos conta de que ele estava próximo. Saber que não vamos nos encontrar todas as manhas, que não vamos ouvir aquelas piadinhas infames durante a aula e que não compartilharemos uns com os outros sorrisos diariamente, faz sentirmos uma pontinha de tristeza em nossos corações. Mas o espaço que esse sentimento que nos incomoda ocupa é infinitamente menor do que o que a saudade preenche, a qual não é menos dolorosa, mas ao mesmo tempo é muito bonita. A sua beleza está no fato de que só sentimos falta daquilo que nos foi bom, que nos foi engrandecedor, ou importante de alguma forma.
                Em nossa memória ficarão lembranças dos momentos que vivemos e elas nos acompanharão a vida inteira. Contaremos aos amigos que virão, aos colegas que ainda não conhecemos e aos filhos e netos que teremos um dia. Laços que não se romperão com as forças do tempo.
                Mas para chegarmos lá, seja onde for, é necessário partir e descobrir o mundo que ainda não temos. Sofrer essa ausência é inevitável, nos ajuda a mensurar o valor de tudo aquilo que nos pertence. Para aproveitarmos ao máximo é necessário nos desfazermos  dos excessos, pois eles nos pesam e nos impedem de alcançar nossos objetivos.
                A vida nos espera. O mundo nos espera. Sem perder o encantamento das crianças que fomos e nem a empolgação dos jovens que somos, que sejamos adultos responsáveis e profissionais competentes.  Apesar de qualquer coisa que tenha acontecido ou que irá acontecer, seremos sempre o TERCEIRÃO CENTEC 2011.
Obrigado(a) por tudo!
Gabriela Cunha e Hiago Martins




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